Um Ano - I
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Era sábado à tarde, fim de churrasco e ela voltava pra casa de carona com uma amiga.
- Você deveria estar naquele carro lá - disse a amiga em tom de provocação
- Ó, nem começa hein - respondeu, já meio aborrecida.
Era ele quem dirigia o outro carro e fazia três meses que eles não se viam.
Desde o seguinte episódio:
* Estava sentada num bar com as pernas esticadas em cima das dele, recebendo carinho nos tornozelos. Carinho entre eles era algo sempre muito natural. Aí ela sentiu o calor da proximidade dos corpos. O perfume. O nariz dele no seu pescoço. O calafrio que isso fazia. Tudo como sempre acontecia, mas naquela noite, surgiu algo a mais que ninguém sabe apontar o quê, mas que estava denunciado na cara deles. Ele cochichou com mais alguém na mesa e ela se manifestou:
- Fala.
- Nada não - a cara dele queimando de vergonha e da vontade reprimida.
- ...
- É que eu pensei numa coisa - confessou completamente sem graça.
- Fala, eu sei - insistiu ela.
- É que me deu vontade de ficar com você, mas a gente... sei lá
Ela olhava pra frente e riu boba com um canto da boca - do lado que ele não conseguia ver e disse:
- É, eu pensei a mesma coisa...
Olhos brilharam. Pra eles era surpresa, mas parece que pro restante da mesa não.
E ele mandou torpedo fofo antes de dormir. E ligou no dia seguinte chamando pra sair, mas ela já estava voltando pra casa e pensou que era melhor as coisas pararem por ali. Já havia algum tempo que ela se perguntava se realmente algum dia os dois, grandes amigos há anos, enfim ficariam. Isso porque certa vez escutou uma conversa numa fila de supermercado em que uma mulher contava para amiga que "era amiga dele há quase 10 anos e nunca tinham ficado. Imagina!?" e ficou com a tal pulga atrás da orelha. Mas cortava sempre o pensamento: "Não, com ele não. Vamos provar que existe amizade só pela amizade entre homens e mulheres." E entre eles a amizade realmente era assim.
Até esse dia aí do bar.
Não que hoje a amizade tenha mudado. Mas é que agora existe a palavra lembrança e a palavra saudade ganhou novos sinônimos e dimensões.
Era sábado à tarde, fim de churrasco e ela voltava pra casa de carona com uma amiga.
- Você deveria estar naquele carro lá - disse a amiga em tom de provocação
- Ó, nem começa hein - respondeu, já meio aborrecida.
Era ele quem dirigia o outro carro e fazia três meses que eles não se viam.
Desde o seguinte episódio:
* Estava sentada num bar com as pernas esticadas em cima das dele, recebendo carinho nos tornozelos. Carinho entre eles era algo sempre muito natural. Aí ela sentiu o calor da proximidade dos corpos. O perfume. O nariz dele no seu pescoço. O calafrio que isso fazia. Tudo como sempre acontecia, mas naquela noite, surgiu algo a mais que ninguém sabe apontar o quê, mas que estava denunciado na cara deles. Ele cochichou com mais alguém na mesa e ela se manifestou:
- Fala.
- Nada não - a cara dele queimando de vergonha e da vontade reprimida.
- ...
- É que eu pensei numa coisa - confessou completamente sem graça.
- Fala, eu sei - insistiu ela.
- É que me deu vontade de ficar com você, mas a gente... sei lá
Ela olhava pra frente e riu boba com um canto da boca - do lado que ele não conseguia ver e disse:
- É, eu pensei a mesma coisa...
Olhos brilharam. Pra eles era surpresa, mas parece que pro restante da mesa não.
E ele mandou torpedo fofo antes de dormir. E ligou no dia seguinte chamando pra sair, mas ela já estava voltando pra casa e pensou que era melhor as coisas pararem por ali. Já havia algum tempo que ela se perguntava se realmente algum dia os dois, grandes amigos há anos, enfim ficariam. Isso porque certa vez escutou uma conversa numa fila de supermercado em que uma mulher contava para amiga que "era amiga dele há quase 10 anos e nunca tinham ficado. Imagina!?" e ficou com a tal pulga atrás da orelha. Mas cortava sempre o pensamento: "Não, com ele não. Vamos provar que existe amizade só pela amizade entre homens e mulheres." E entre eles a amizade realmente era assim.
Até esse dia aí do bar.
Não que hoje a amizade tenha mudado. Mas é que agora existe a palavra lembrança e a palavra saudade ganhou novos sinônimos e dimensões.
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