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Memórias

26 de dezembro de 2012 Eu leio coisas sobre o amor e inevitavelmente lembro. Fico me perguntando porque a vida fez uma puta sacanagem dessas comigo. Com a gente. Porque você chegou cedo e eu cheguei tarde? A gente andava juntos, porque não conseguimos sincronizar? Será que na prática não ia funcionar? Será que em dois meses iríamos nos odiar? Pode ser que eu fale essas coisas agora porque estou no vazio da transição entre nosso passado e o meu futuro. Mas pode ser que eu tenha razão. Ainda poderia relatar tantas coisas que nunca apareceram nessas linhas... Acho que não contei nem metade das nossas histórias. A história, por exemplo, sobre o anel que te dei. Sobre nosso segundo primeiro beijo. Sobre a carta que ganhei de Natal. Sobre as conversas dentro do carro. Sobre nossos aniversários. Ou sobre quando você chegou de viagem. Ah, eu lembro! Lembro do seu abraço demorado, do beijo roubado e das implicâncias. Lembro que parecia que o ar tinha voltado para você. Sabe... alguma

Composição

Ainda uso caneta quando escrevo. Mas às margens do rio da vida (que corre ou não pro mar) não há tempo para rascunhos Viver requer urgência. E coragem. Temos milésimos de segundo para decidir o momento certo de se lançar mesmo sem saber pra onde a correnteza desce. É intuir a hora de nadar, flutuar, remar ou simplesmente, se deixar levar. Dá medo. As águas são sempre incertas Desconhecidas Talvez até, traiçoeiras. Respira Mar calmo não forma bom marinheiro. Você não é mais iniciante Sabe identificar a direção que o vento sopra. Sabe navegar. Cria coragem e vai. Mesmo sem barco à vela, vai. Consulta a bússula do coração e vai. Porque viver é isso. Não se usa caneta no mar.

Prisioneira

Já não sei o que faço Pra romper o pacto Que fiz sem saber com o infinito Pra levar uma vida a sofrer Quanto ainda preciso andar Pra ganhar o direito De alguém me olhar nos olhos E querer permanecer? Quando a nuvem faz que vai chover Eu saio Quando começa o frio Eu me agasalho Quando vejo que o amor não vem desisto Depois me refaço Quero acreditar no abraço No laço e no dia seguinte. Você continua indo embora, é minha sina. Sou prisioneira solitária na minha própria vida Aguardando o dia (só preciso de um dia) pra achar as chaves libertar as portas e implodir meu castelo baseado em nostalgia. Cansei de tanto espaço. Quero companhia.