[I]limitado
Esperei a tarde toda e mais um dia para estar aqui. Ansiosa que sou, é como se tivessem demorado 45 dias ao invés de dois, fazendo com que tudo o que eu pudesse sentir tenha conseguido tempo mais que suficiente para fermentar.
Isso que eu sinto no peito não é mais aquela mistura confusa entre raiva e desejo, ódio e amor. É alguma outra coisa que eu não sei explicar direito. Acho que eu só não quero que me tirem o direito de estar com você, de cuidar de você. Às vezes parece que é só disso que eu preciso.
Depois de algum tempo percorrendo o caminho, os meus saltos quebraram e acabei por ter os pés no chão. Olho pra você na minha frente, sujo de poeira, descalço como eu e com aquela cara de "não-sei-o-que-dizer-ou-fazer" também, e eu novamente, não sei o que eu sinto.
[Talvez eu devesse parar de tentar limitar com palavras meus sentimentos que não tem formato. Eles não param de zombar de mim cada vez que eu tento fazer isso.]
Respiro fundo e acabo tossindo de leve, por causa da poeira. Seus olhos brilham e você sorri do meu jeito desajeitado. Quando eu abro a boca para dizer convictamente alguma coisa que eu nem tinha conseguido formular ainda, você me olha com doçura, sorri de novo, contornando meu rosto com a mão, passando por baixo dos meus cabelos e diz: "Obrigado por ter vindo. Adorei que você tá aqui". E me abraça como se eu não devesse nunca ir embora.
Aí todas as palavras somem de mim.
Provavelmente para evitar que eu amarre equivocadamente alguma delas, na tentativa de limitar esse sentimento que me ocupa por inteira.
E não sendo eu o suficiente, me transborda.
Isso que eu sinto no peito não é mais aquela mistura confusa entre raiva e desejo, ódio e amor. É alguma outra coisa que eu não sei explicar direito. Acho que eu só não quero que me tirem o direito de estar com você, de cuidar de você. Às vezes parece que é só disso que eu preciso.
Depois de algum tempo percorrendo o caminho, os meus saltos quebraram e acabei por ter os pés no chão. Olho pra você na minha frente, sujo de poeira, descalço como eu e com aquela cara de "não-sei-o-que-dizer-ou-fazer" também, e eu novamente, não sei o que eu sinto.
[Talvez eu devesse parar de tentar limitar com palavras meus sentimentos que não tem formato. Eles não param de zombar de mim cada vez que eu tento fazer isso.]
Respiro fundo e acabo tossindo de leve, por causa da poeira. Seus olhos brilham e você sorri do meu jeito desajeitado. Quando eu abro a boca para dizer convictamente alguma coisa que eu nem tinha conseguido formular ainda, você me olha com doçura, sorri de novo, contornando meu rosto com a mão, passando por baixo dos meus cabelos e diz: "Obrigado por ter vindo. Adorei que você tá aqui". E me abraça como se eu não devesse nunca ir embora.
Aí todas as palavras somem de mim.
Provavelmente para evitar que eu amarre equivocadamente alguma delas, na tentativa de limitar esse sentimento que me ocupa por inteira.
E não sendo eu o suficiente, me transborda.
O que eu faço contigo, hein?
ResponderExcluirLindo demais esse texto, mas me deixou de coração pesado...