Helena
A escuridão entrou pela porta da frente na vida de Helena bem na hora que ela chegou no samba. Do outro lado da roda estava Fernandes, de mãos dadas com a Fulana, que era a namorada dele de fato. Helena sabia, sempre soube, que ele tinha namorada. Mas ver e saber pra ela eram coisas bem diferentes. Saber é uma constatação, apenas. Ver não. Ver corta. Uma imagem dessas é capaz de vir e voltar da mente a qualquer momento, com vontade própria. Naqueles primeiros 10 segundos ela ficou imóvel, lutando contra as verdades que escorriam por seu rosto e paralisavam o corpo todo. Quis fugir.
Ver corta porque é naquele momento que você constata que pro resto do mundo você não existe na vida do outro, que o papel principal não é seu. Quem ama sempre quer o papel principal, mas às vezes se contenta em ser coadjuvante, na esperança de que o diretor perceba que é ela quem tem o perfil ideal para aquele papel. Foi o que aconteceu com Helena. Ela aceitou fazer o teste para dividir o palco da vida de Fernandes e ele deu como resposta que apesar de ótima atriz, só havia vaga pro papel secundário. O principal já estava ocupado.
Aceitou.
Assim ela acabou virando amante quando queria ser mulher, mas fez de tudo pra provar que merecia a outra chance: abriu a casa, a família e o coração, fez café, preparou comida, ligou pra saber se tava tudo bem e aceitou sair nas quintas à noite, mesmo tendo que acordar cedo na sexta. Helena é atenciosa e sempre se sentiu bem em poder cuidar de quem ama. Nunca tinha sentido por ninguém o que Fernandes a fazia sentir. Era mágico.
Acho que as amantes que amam (e não as que só querem a cama) acabam vivendo em um mundo paralelo, até dar de cara com a protagonista. Com ensaios separados era fácil esquecer que a outra existia. Mas isso é impossível quando se encontra com ela, de mãos dadas com o diretor. Aí dá vontade de chorar, porque sabe que está numa guerra perdida. É difícil ser sensata quando se ama.
O samba mal tinha começado, mas para Helena não havia mais graça. Aquelas verdades escorriam pelo seu corpo e agora ardiam, por cima dos machucados. Paralisada, não sabia o que fazer.
Nos resta esperar o próximo ato, na esperança de que Helena enfim, decida ser feliz.
Ver corta porque é naquele momento que você constata que pro resto do mundo você não existe na vida do outro, que o papel principal não é seu. Quem ama sempre quer o papel principal, mas às vezes se contenta em ser coadjuvante, na esperança de que o diretor perceba que é ela quem tem o perfil ideal para aquele papel. Foi o que aconteceu com Helena. Ela aceitou fazer o teste para dividir o palco da vida de Fernandes e ele deu como resposta que apesar de ótima atriz, só havia vaga pro papel secundário. O principal já estava ocupado.
Aceitou.
Assim ela acabou virando amante quando queria ser mulher, mas fez de tudo pra provar que merecia a outra chance: abriu a casa, a família e o coração, fez café, preparou comida, ligou pra saber se tava tudo bem e aceitou sair nas quintas à noite, mesmo tendo que acordar cedo na sexta. Helena é atenciosa e sempre se sentiu bem em poder cuidar de quem ama. Nunca tinha sentido por ninguém o que Fernandes a fazia sentir. Era mágico.
Acho que as amantes que amam (e não as que só querem a cama) acabam vivendo em um mundo paralelo, até dar de cara com a protagonista. Com ensaios separados era fácil esquecer que a outra existia. Mas isso é impossível quando se encontra com ela, de mãos dadas com o diretor. Aí dá vontade de chorar, porque sabe que está numa guerra perdida. É difícil ser sensata quando se ama.
O samba mal tinha começado, mas para Helena não havia mais graça. Aquelas verdades escorriam pelo seu corpo e agora ardiam, por cima dos machucados. Paralisada, não sabia o que fazer.
Nos resta esperar o próximo ato, na esperança de que Helena enfim, decida ser feliz.
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