O espírito da passarela
Certa vez precisei usar biquíni e subir numa passarela vermelha montada no meio da faculdade. Valia nota e fui com a cara e a coragem: biquíni, camiseta, bumbum de fora e meu jeito peculiar de andar. É verdade que nessas horas ponho a vergonha no bolso: adoro interpretar. O desfile foi num clima de luau, com música ao vivo e chegando na ponta da passarela não sei o que houve, mas ouvi palmas, gritinhos e um burburinho diferente. Eu havia feito algum charminho, eu sei. Mas simplesmente não sei explicar o quê foi nem o que o deu em mim. Poderia até ignorar isso mas não pude: fato recorrente. Lembrei que com 10 anos participei de uma concurso que escolhia a garota da escola. E eu tive que desfilar. Passando em frente aos jurados agi naturalmente, mas sabia que estava jogando charme. Até ouvi uns comentários de algumas meninas sobre meu comportamento, mas tinha convicção de que não havia feito nada demais. A propósito, eu ganhei esse concurso. Mas dessa vez foi pior. Fui desfilar pra uma c...