Desejo
Minha real vontade era sair correndo na rua gritando, invadir sua casa e te apertar contra meu peito. Precisava dizer que te amo, que te quero, que te desejo, vestindo cinza, moletom ou samba-canção. Precisava dizer que por mais que eu fuja, que eu me esconda ou que suma, carrego você entre os meus dedos pra qualquer lugar. Tive ânsia de te beijar como aquela vez na beira da praia ou no quarto depois da festa. Aquele beijo que fecha as cortinas, que pára o mundo e que a gente sente que nossos elétrons pertencem às órbitas dos átomos do outro.
Queria dizer que a tempestade passou. Queria pedir pra você apagar todos os cortes - rasos ou profundos - que andamos fazendo nas nossas próprias carnes e voltar pra gente. Olha a nossa história, aquela que só a gente conhece. Você ainda duvida que a gente se ama? Bem, sei que às vezes também eu duvido ou esqueço, mas é por causa dessa distância toda. Só que nas paredes do peito, consistente feito cimento, estão as infinitas vezes que me declarou seu amor entredentes, com medo do seu coração escutar e arritmizar de vez. Eu lembro, era real. Você não vê amor, não temos opções.
Quero voltar a ouvir sua voz macia me chamando pra sair, seu riso arranhado na garganta, sua gargalhada debochada de quem aprontou, seus apelidos idiotas e sua implicância que queriam sempre dizer que me amava. Quero ver o brilho que aparece nos seus olhos quando você me encontra e que só eu consigo ver, quero poder contornar seus lábios com meu dedo e arrastar meus dentes na sua bochecha. Quero preencher meu mundo com todas as cores possíveis que sempre teve o nosso amor, sem medo do ontem, do hoje ou do amanhã. Quero colorir seu mundo, te levar pra dançar e me jogar na rede com você. Quero um fim de tarde só pra nós dois, olhar o pôr-do-sol e colocar um pronome concessivo na construção das nossas frases. Quero andar de mãos dadas na rua em cima do meu salto 15, esquentar minhas mãos nas suas costas por dentro da sua camisa, te olhar de baixo pra cima ligeiramente na diagonal e dizer pra você convicta e docemente:
eu quero todo tempo do mundo com você.
Queria dizer que a tempestade passou. Queria pedir pra você apagar todos os cortes - rasos ou profundos - que andamos fazendo nas nossas próprias carnes e voltar pra gente. Olha a nossa história, aquela que só a gente conhece. Você ainda duvida que a gente se ama? Bem, sei que às vezes também eu duvido ou esqueço, mas é por causa dessa distância toda. Só que nas paredes do peito, consistente feito cimento, estão as infinitas vezes que me declarou seu amor entredentes, com medo do seu coração escutar e arritmizar de vez. Eu lembro, era real. Você não vê amor, não temos opções.
Quero voltar a ouvir sua voz macia me chamando pra sair, seu riso arranhado na garganta, sua gargalhada debochada de quem aprontou, seus apelidos idiotas e sua implicância que queriam sempre dizer que me amava. Quero ver o brilho que aparece nos seus olhos quando você me encontra e que só eu consigo ver, quero poder contornar seus lábios com meu dedo e arrastar meus dentes na sua bochecha. Quero preencher meu mundo com todas as cores possíveis que sempre teve o nosso amor, sem medo do ontem, do hoje ou do amanhã. Quero colorir seu mundo, te levar pra dançar e me jogar na rede com você. Quero um fim de tarde só pra nós dois, olhar o pôr-do-sol e colocar um pronome concessivo na construção das nossas frases. Quero andar de mãos dadas na rua em cima do meu salto 15, esquentar minhas mãos nas suas costas por dentro da sua camisa, te olhar de baixo pra cima ligeiramente na diagonal e dizer pra você convicta e docemente:
eu quero todo tempo do mundo com você.
Comentários
Postar um comentário