"Abdução" temporária

Estava viciada. Presa. Não conseguiria fazer mais nada antes de terminar aquilo. Li mais de 1.500 páginas nos últimos 10 dias, dois livros inteiros em uma semana. Agora faltavam apenas 146, logo, acredito que antes do almoço de amanhã já terei terminado com isso. Meus pais pareceram se incomodar com a forma como me mantive "ausente" nesses últimos dias, especialmente ontem e hoje, que eu parecia mais uma estátua em diferentes pontos da casa. É bom variar o plano de fundo, se é que me entende. Enquanto isso, eu não podia mesmo parar de ler. Claro, pra ir ao banheiro pelo menos uma vez ao dia e me alimentar uma ou duas vezes com muito esforço. Olhando por essa perspectiva, podia parecer que eu estava sedada ou algo do gênero. Mas eu juro que ainda era capaz de responder aos estímulos alheios. Simplificando, eu estava completamente focada nisso. A história ia correndo por meus olhos como se eu mesma a tivesse pintando num seriado mental. Isso ficaria muito bom num seriado, inclusive. Agora que parei pra comer alguma coisa - simplesmente porque meu estômago implorou por qualquer coisa, refleti o peso dessas informações mentalmente. Eu estava literalmente imersa nisso. Ou melhor, estou imersa, já que ainda não terminei. A minha fome mental era de palavras, de letras que se uniam para criar um contexto, criar sentido, dar vida à história. Meus talentos para criar imagens deixavam o enredo mais dinâmico, concordo, mas isso era mais um detalhe. Era mais que só o desejo de terminar tudo. Eu queria saber. Acompanhar cada pedaço e viver junto. Às vezes enojada, às vezes sem surpresa por já saber um próximo passo, e mais algumas com uma inveja e tanto. Pensando melhor, isso de criar as imagens é realmente uma vantagem e tanto! 
Mas...voltando à questão, em especial levando em consideração meu estado de desligamento parcial da realidade, acho que não é mesmo difícil concluir algo de que gostamos muito de fazer. Não foi - e não é - uma tortura pra mim passar esses 10 dias respirando essa história. Muito ao contrário, era perfeito. Saber que era com isso que eu poderia ocupar meu dia inteiro, a salvo os momentos de humana, como caberia bem no assunto. Era quase uma obrigação do meu eu interior que eu devia atender. Manter o foco, concentrar nisso apenas. [Talvez montar meu TCC daqui a pouco não seja bem um problema...]
Ahhh...como é bom fazer aquilo que se gosta!

~ PS.: E eu também gosto bastante da parte do alfa... ;X hahahaha
Beijos! *=]

Comentários

  1. Oi, me doa 50% da sua concentração em livros que eu dou qualquer coisa que você quiser (ui). =D
    Engraçado que quando eu era menor ainda conseguia... Sim, li alguns livros por prazer, os devorei exatanente assim... Ah, bons tempos!
    Já eu estou imersa nesta cadeira, com sérias dificuldades de sair dela. Meu tcc tb está ficando pra trás. Ai dels, um dia eu me salvo!
    Beijos, viciada!

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  2. Fazer o que gosta é super importante sim.

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  3. - pirei nas tuas palavras Rafa, vsê escreve super bem. E concordo com tudo que vsê disse, fazer o que gosta, é a melhor coisa, me indentifiquei com a parte de devorar literalmente os livros, eu sou assim, quando começo a ler um, não sussego ate que acabe!
    parabéens ;)
    bjs ;*

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