Please, disturb me

Nenhuma novidade.
Acendo a luz do abajur, 11 e pouca da noite e o sono que não vem. Digo, que já foi. Amanhã, levanto às 5e20 do mesmo jeito e quanto mais tempo eu passar acordada só diminui a quantidade de horas dormidas. E aí, por mais que eu tente relaxar e dormir, é que vem tudo.

Levo pra cama todas as noites, um pouco.
Um pouco de sonhos, um pouco de problemas, um pouco de questionamentos, um pouco de tristeza, um pouco de alegria, um pouco de reflexões, um pouco da vida dos outros, um pouco dos meus trabalhos, um pouco das pessoas que eu conheço na rua, um pouco do passado, um pouco do futuro, um pouco dos meus amigos, um pouco da minha familia e um muito, muito mesmo, de alguma dessas coisas citadas anteriormente.
Tenho uma mente inquieta, questionadora e é quase impossível ir deitar sem levar um pensamento pra cama. Um pensamento daqueles que eu vou querer dissecar ao máximo, como a gente costuma fazer com as minhocas na aula de biologia durante o ensino médio e o que, de fato, não ajuda em nada quando preciso pegar no sono.
A essa altura, já dei voltas e voltas em pensamento e tentei cercar todas as possibilidades de respostas, soluções, dissoluções, rompimentos, retornos, criei mundos, destruí os mesmos, refiz personagens, redigi linhas e... nenhuma novidade.
Desisti da cama e tentei o notebook. Mais uma vez esqueci ele ligado com um vídeo carregado sem assistir. Não lembro quando ouvi essa música pela primeira vez, mas uma noite estava lanchando com um amigo e ele me disse quem cantava. Viciei. E achei nela meu escape de hoje. No vídeo, o vocalista pendura na porta do quarto uma plaquinha de "Não perturbe" pra tentar compor. Como acontece comigo, ele observa os próprios passos, as pessoas e tudo o que acontece ao redor. Ele parece se sentir pesado e vazio ao mesmo tempo, dentro da rotina, da monotonia do quarto vazio, das mesmas coisas de sempre. Isso não ajuda, não é assim que se tem história pra escrever, não é assim que se vive e a letra da música não desenvolve. Ele sabe que pode mais, ele quer mais. E eu também.
Na porta do quarto a plaquinha é substituída por uma de "Por favor, me perturbe", quando a mente já não aguenta mais. Talvez amanhã ele encontre seu caminho pra casa. E talvez eu também.
Preciso de ar, preciso nadar no oceano, preciso de brisa numa mente aberta, preciso me sentir com todo tempo. Não sobrevivo à rotina, não sobrevivo à monotonia do quarto vazio, das regras sempre certinhas e das mesmas coisas de sempre. Quero emoção, quero me jogar, quero histórias, quero fugir do lugar-comum.

Quero alguém que "Please, disturb me."

Comentários

  1. Queremos uma vida nova.
    Queremos tudo de novo.
    Ou as vezes, nada daquilo.
    Só queremos sentir.
    A vida é isso.
    Se não sentirmos, não vivemos.
    Adorei o texto e saiba que não é a única perturbada na calada da noite. xD
    E não some. ¬¬
    =*

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