A tal Carmen
Natasha viu Carmen debaixo de uma mesa em alguma hora da madrugada num bar onde estávamos, na rua de casa. Olhou com piedade pra jovem, mas me entregou ela de bandeja. Absorta em seus pensamentos, regada por um pouco de tequila e com uma saia que causava felicidade instantânea a qualquer homem, ela era o tipo de Diva underground que abrilhanta os nossos sonhos. Cheguei perto e sentei na cadeira ao lado da mesa, debaixo da qual ela se encontrava.
- Esse lugar aí é bom? - perguntei maroto.
Ela me olhou conferindo quem era, depois fez cara de desdém e soltou:
- Muito melhor do que aí. Se você quiser, te vendo ele por R$50 e duas margaritas - e deu uma piscadela de olho sem emoção.
Entendi naquele exato minuto que não era Carmen que estava na bandeja, mas que em breve era minha cabeça que estaria lá.
Regada a tequila ou não, ela era rápida no pensamento e esperta nas respostas.
- E se não estiver interessado em negociar, dê licença que tenho mais o que fazer - concluiu.
- Não, negocio! Garçom, duas margaritas. Sobe aí mocinha, pra gente conversar.
- Primeiro que mocinha é a sua irmã, porque com certeza a sua mãe já passou dessa fase há muito. Segundo que eu ainda não acabei de resolver o que precisava aqui em baixo. Terceiro, também não rolou os 'cinquentinha'.
Ela falava com uma hipnótica convicção que eu tinha certeza, não poderia ser boa coisa.
- Você não está falando sério! - indignei-me.
- Você que não está me levando a sério - e fez cara de pouco caso de novo.
(Meu Deus, socorro! Falando assim e com essa saia, com certeza eu me apaixono!)
- Tá ok. Os 'cinquentinha' estão aqui na mesa. Quando terminar pode subir então. E se me disser seu nome não preciso te chamar de mocinha.
Ainda levou alguns minutos em silêncio agachada em baixo da mesa até finalmente sentar na cadeira ao meu lado e dizer:
- Carmen. Ainda não sei se é um prazer.
Seu olhos e olhar profundos gelaram minha espinha. Ou então aquele cabelo levemente acobreado e com jeito de capa de revista. Ou então aquela bendita saia no tamanho ideal pra mostrar o que eu quero ver e esconder o que eu quero imaginar. Não sei bem, mas rolou um frio na espinha.
- Raul. Tenho plena certeza que o prazer é todo meu. Até agora...
Foi, vergonhosamente, o meu melhor. Pra minha sorte as margaritas chegaram bem na hora e eu consegui relaxar um pouco. Nunca achei tão difícil encarar uma mulher, em todo meu tempo de malandragem. Eu devia sinalizar pra Natasha que era bom ela preparar o pescoço por ter me metido nessa fria, mas achei melhor pegá-la de surpresa. Ah, e ela não me escapa!
Carmen bebeu sua margarita em três goles e puro silêncio, sem nem ao menos me olhar de espreita. Eu não fazia ideia do que falar pra ela e não conseguia ir embora. Ela mexeu na bolsa e depois de 5 minutos em silêncio levantou, me olhou - finalmente! - de espreita e disse: é, eu imaginei que não seria um prazer mesmo. Mas obrigada pela bebida de qualquer jeito. Ah, não ocupe o lugar em baixo da mesa, não estou levando os cinquenta reais e portanto ele não é seu de direito. Beba até cair e tente ser feliz.
E virou as costas. Assim.
De fato, eu sabia que não tinha qualquer coisa que pudesse fazer para atrair um olhar interessado de Carmen. Fiquei paralisado. Ela é quase Diva, daquelas que sabem bem o que querem e não se envolvem com qualquer um.
Só com escolhidos.
Foi muita inocência minha achar que por um minuto sequer eu tivesse uma chance. Mas é que ela agachada debaixo da mesa, com aquela maldita saia e levemente embriagada não causava "medo" algum. Parecia até vulnerável talvez, como ficam as mulheres nessas condições.
Ah! Acho que esse foi meu erro...
Ela não é uma mulher qualquer.
Ela é Carmen.
E eu juro Natasha, vai ter volta!
- Esse lugar aí é bom? - perguntei maroto.
Ela me olhou conferindo quem era, depois fez cara de desdém e soltou:
- Muito melhor do que aí. Se você quiser, te vendo ele por R$50 e duas margaritas - e deu uma piscadela de olho sem emoção.
Entendi naquele exato minuto que não era Carmen que estava na bandeja, mas que em breve era minha cabeça que estaria lá.
Regada a tequila ou não, ela era rápida no pensamento e esperta nas respostas.
- E se não estiver interessado em negociar, dê licença que tenho mais o que fazer - concluiu.
- Não, negocio! Garçom, duas margaritas. Sobe aí mocinha, pra gente conversar.
- Primeiro que mocinha é a sua irmã, porque com certeza a sua mãe já passou dessa fase há muito. Segundo que eu ainda não acabei de resolver o que precisava aqui em baixo. Terceiro, também não rolou os 'cinquentinha'.
Ela falava com uma hipnótica convicção que eu tinha certeza, não poderia ser boa coisa.
- Você não está falando sério! - indignei-me.
- Você que não está me levando a sério - e fez cara de pouco caso de novo.
(Meu Deus, socorro! Falando assim e com essa saia, com certeza eu me apaixono!)
- Tá ok. Os 'cinquentinha' estão aqui na mesa. Quando terminar pode subir então. E se me disser seu nome não preciso te chamar de mocinha.
Ainda levou alguns minutos em silêncio agachada em baixo da mesa até finalmente sentar na cadeira ao meu lado e dizer:
- Carmen. Ainda não sei se é um prazer.
Seu olhos e olhar profundos gelaram minha espinha. Ou então aquele cabelo levemente acobreado e com jeito de capa de revista. Ou então aquela bendita saia no tamanho ideal pra mostrar o que eu quero ver e esconder o que eu quero imaginar. Não sei bem, mas rolou um frio na espinha.
- Raul. Tenho plena certeza que o prazer é todo meu. Até agora...
Foi, vergonhosamente, o meu melhor. Pra minha sorte as margaritas chegaram bem na hora e eu consegui relaxar um pouco. Nunca achei tão difícil encarar uma mulher, em todo meu tempo de malandragem. Eu devia sinalizar pra Natasha que era bom ela preparar o pescoço por ter me metido nessa fria, mas achei melhor pegá-la de surpresa. Ah, e ela não me escapa!
Carmen bebeu sua margarita em três goles e puro silêncio, sem nem ao menos me olhar de espreita. Eu não fazia ideia do que falar pra ela e não conseguia ir embora. Ela mexeu na bolsa e depois de 5 minutos em silêncio levantou, me olhou - finalmente! - de espreita e disse: é, eu imaginei que não seria um prazer mesmo. Mas obrigada pela bebida de qualquer jeito. Ah, não ocupe o lugar em baixo da mesa, não estou levando os cinquenta reais e portanto ele não é seu de direito. Beba até cair e tente ser feliz.
E virou as costas. Assim.
De fato, eu sabia que não tinha qualquer coisa que pudesse fazer para atrair um olhar interessado de Carmen. Fiquei paralisado. Ela é quase Diva, daquelas que sabem bem o que querem e não se envolvem com qualquer um.
Só com escolhidos.
Foi muita inocência minha achar que por um minuto sequer eu tivesse uma chance. Mas é que ela agachada debaixo da mesa, com aquela maldita saia e levemente embriagada não causava "medo" algum. Parecia até vulnerável talvez, como ficam as mulheres nessas condições.
Ah! Acho que esse foi meu erro...
Ela não é uma mulher qualquer.
Ela é Carmen.
E eu juro Natasha, vai ter volta!
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