Todo seu

Eu, que já te disse tantas vezes adeus, hoje quero te pedir perdão. Aliás, não. Porque cada adeus que já falei pra você nunca foi uma despedida. 
Ou até que foi. Cada vez que pronunciei essa palavra, finquei ainda mais seu nome no meu peito. Esquentei o ferro em brasa e marquei você como minha dona.
Sou todo seu.

Cada adeus que disse, foi na verdade pra sobreviver à dor dessa queimadura viva em meu peito, que se alimenta do seu olhar, do seu cheiro, dos seus dedos, do seu beijo... Cada adeus que disse, foi por vergonha de aceitar que mesmo sem querer, pertenço um pouco a você.
Eu sou todo seu.
Ou quase todo. 
Porque toda vez que eu vou, me escondo da força do seu domínio. Quero acreditar que sou independente, que nós temos liberdade, e por isso eu vou. Sei que você me procura e às vezes por isso penso em pedir desculpas por cada adeus. Mas você sabe, por mais que eu fuja, a cada vez que vou fica mais fundo gravado em meu peito:
Sou todo seu.

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