Reverso - parte I
Abriu as cortinas do quarto, olhou as janelas sequenciais no horizontal do prédio ao lado, empurrou de leve a janela para o vento entrar, acendeu um cigarro e olhou para cama às suas costas. Aquela mesma cama macia que se seria capaz de contar um livro, hoje só contava carneirinhos.
Amarrou o roupão deixando o decote aberto, segurou o copo com o terceiro drink e ligou para ele. Era quase uma hora da manhã de domingo, ele certamente estaria acordado. Ela fitava o detalhe da lingerie preta que aparecia pelo decote quando ouviu-o atender do outro lado. Um zumbido aconteceu em sua memória. Fazia barulho onde ele estava mas não importava para ela. Era a hora.
Em meio aos tropeços da surpresa, ansiedade e confusão na cabeça dele, ela declarou solenemente que iria enviar uma mensagem de voz e que era para ele ouvir. "Fala agora" "Não consigo, tem muito barulho ai. Preciso ouvir o que eu digo." "Tudo bem, vou aguardar então."
Bebeu mais meio drink, desfilou em frente ao espelho, girou o copo acima da cabeça, segurava o cigarro entre os dedos da outra mão, derramou um sorriso abusado e começou com aquela típica voz alcoolizada, ora arrastada ora cativante:
- Eu precisava te contar essas coisas, só não sabia como. Comecei aquele dia e acabei mudando o assunto. Três doses de rum e dois cigarros me incentivaram a prosseguir e vamos por aqui. Tinha que te contar que comecei a fumar há algum tempo, mas você nem imagina. E beber assim também. Nunca perto de vocês, claro. Além desses novos hábitos, comecei a fazer aulas de strip-tease... Mentira! (e soltou uma risada bêbada). Ok, aulas não, mas tenho praticado bastante. Os caras gostam muito disso, sabia? Não sei, acho que você não, não tenho praticado com você né? ... Ah! Finalmente! Finalmente eu consegui contar isso para você, obrigada rum aromatizado! (deu outro audível gole e soltou uma risada fraca). Sabe, você andou me dizendo aquelas coisas sobre sua vida, sobre seus projetos, você quis ser honesto comigo e como estamos mudando de fase, quero deixar tudo claro entre nós.
Amarrou o roupão deixando o decote aberto, segurou o copo com o terceiro drink e ligou para ele. Era quase uma hora da manhã de domingo, ele certamente estaria acordado. Ela fitava o detalhe da lingerie preta que aparecia pelo decote quando ouviu-o atender do outro lado. Um zumbido aconteceu em sua memória. Fazia barulho onde ele estava mas não importava para ela. Era a hora.
Em meio aos tropeços da surpresa, ansiedade e confusão na cabeça dele, ela declarou solenemente que iria enviar uma mensagem de voz e que era para ele ouvir. "Fala agora" "Não consigo, tem muito barulho ai. Preciso ouvir o que eu digo." "Tudo bem, vou aguardar então."
Bebeu mais meio drink, desfilou em frente ao espelho, girou o copo acima da cabeça, segurava o cigarro entre os dedos da outra mão, derramou um sorriso abusado e começou com aquela típica voz alcoolizada, ora arrastada ora cativante:
- Eu precisava te contar essas coisas, só não sabia como. Comecei aquele dia e acabei mudando o assunto. Três doses de rum e dois cigarros me incentivaram a prosseguir e vamos por aqui. Tinha que te contar que comecei a fumar há algum tempo, mas você nem imagina. E beber assim também. Nunca perto de vocês, claro. Além desses novos hábitos, comecei a fazer aulas de strip-tease... Mentira! (e soltou uma risada bêbada). Ok, aulas não, mas tenho praticado bastante. Os caras gostam muito disso, sabia? Não sei, acho que você não, não tenho praticado com você né? ... Ah! Finalmente! Finalmente eu consegui contar isso para você, obrigada rum aromatizado! (deu outro audível gole e soltou uma risada fraca). Sabe, você andou me dizendo aquelas coisas sobre sua vida, sobre seus projetos, você quis ser honesto comigo e como estamos mudando de fase, quero deixar tudo claro entre nós.
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