No quarto da Rafa

Os pais cuidam da gente e sempre nos cobram atenção. Os amigos compartilham ideias para vida e sempre acabam muito envolvidos com suas próprias vidas. Um dos dois, quando amores, sempre ama mais. E muitas vezes amamos e nunca conseguimos dividir isso com quem amamos. Nunca achamos equilíbrio, nunca temos coragem, nunca estamos satisfeitos. Nunca aproveitamos de verdade as companhias da nossa vida. Aí a vida passa e a gente se dá conta de quanto tempo perdeu sem viver. Aí já perdeu as companhias.

Ah se eu pudesse... te contaria meus segredos! Se eu pudesse, confessaria pra você que tenho um mundo só meu. Um mundo que não é nada perfeito, mas é simplesmente de-li-ci-o-so. Assim, bem EU. Me disseram certa vez que sou infinita e percebi como o adjetivo me coube como uma luva. Tenho tantas facetas (que se unem para me formar) que acabo sempre tendo alguma novidade. Pra completar, eu gosto de me provocar e não enjoo fácil do que me interessa. A junção disso tudo e um pouco mais me deixa assim, infinita - com tudo de bom que isso tende a significar. Pra começar, você precisaria saber como é esse meu mundo assim-meio-infinito: quando canso de uma parte de mim (ou quando o mar não dá pé), me reinvento. Se você soubesse como foi difícil chegar até aí, compreenderia como me tornei tão assim e provavelmente acreditaria que ele existe. Eu, poderia então abrir uma porta pra você olhar como é o meu mundo e entrar - e conhecer meus segredos. Aprendi a um certo tempo a devanear...