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Mostrando postagens de junho, 2012

Umbigo

Eu disse tchau mas ele fez que não entendeu. Eu ignorei-o e fui cuidar da minha vida, que era aquilo que eu queria fazer. Sempre tivemos um bom diálogo, mas ultimamente estava difícil. Antes que as coisas piorassem mais, sumi. Claro que não pretendia que fosse pra sempre, então quando minhas convicções estavam sólidas o suficiente para não estremecerem com os problemas dele, voltei e disse oi. Entre nós, foi como se tivesse passado um dia só, mas a verdade é que eu me reformulei muito esse tempo. Só que ele não acredita. Tem um defeito que ainda não consigo apagar, que é o fato de sempre me preocupar com ele, essa minha missão de protetora. Mas sabe, nós vemos a vida por ângulos diferentes, e aí não chegamos nunca a um acordo sobre o tom do pôr do sol. Eu entendi isso bem antes de ir. Protelei porque não queria que chegasse logo nosso destino. Eu sabia que seria assim, porque este é o destino de todos os fins. Mas não queria aceitar que isso aconteceria com a gente, não com a gente...

Despindo-se

Pouco a pouco fui me sufocando com a minha própria sorte. A gente se envolve e nem percebe como essas coisas vão acontecendo e se reproduzindo. Elas tomam forma, ganham vida própria e acabam comandando nossos instintos racionais. Não queria mais isso pra mim, não queria as perguntas sem respostas, o medo do dia seguinte e a apatia da mesma rotina. Não! Eu não queria nem um pouco a apatia da rotina e parecia que era tudo o que eu tinha. E o que eu podia fazer, se eu queria outra vida? Aquela vida na verdade, não era a minha. Entrei em pânico e saí correndo. Tive medo que meus pés ficassem fincados para sempre naquele chão. Fui largando pelo caminho minhas roupas, minhas verdades, minha rotina. Fui me libertando da prisão do dia a dia, das amarras que criei e dos tantos projetos não concluídos. Nada importava mais, eu só queria respirar. Muitas vezes na vida eu me senti desprotegida, mas acho que nenhuma vez foi como essa. Existe um vazio no meu peito, no meu guar...